O Procurador-Geral da República de Angola, Helder Pitagros, foi flagrado a entrar em Portugal pelo portão destinado aos cidadãos nacionais no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. O caso gerou indignação e levantou questionamentos sobre a sua dupla nacionalidade, bem como sobre a isenção da justiça angolana em casos sensíveis de corrupção e tráfico de influências.
Helder Pitagros dupla nacionalidade
A denúncia, que circula nas redes sociais, aponta que Pitagros desembarcou de um voo da TAAG e, sem qualquer constrangimento, utilizou a entrada destinada exclusivamente aos portugueses. “É angolano em Angola e português em Portugal”, criticou um internauta, destacando o que considera um exemplo da impunidade e da falta de transparência na administração da justiça no país.A situação reacende o debate sobre a real independência das instituições angolanas, uma vez que figuras do alto escalão frequentemente possuem nacionalidade estrangeira, o que pode comprometer a soberania nacional e dificultar investigações de alto nível. “Como haver investigação, se o que deveria promover diligências para tal aterrou no aeroporto Humberto Delgado e entrou como português? Sem receio de estar a ser visto, faz isso na cara lavada!”, criticou um usuário nas redes sociais.
Essa não é a primeira vez que membros do governo angolano são acusados de possuir cidadania estrangeira, algo que, segundo especialistas, pode facilitar a ocultação de bens e a fuga de responsabilidades em casos de corrupção. Enquanto a população enfrenta dificuldades econômicas e sociais, figuras do alto escalão parecem transitar livremente entre nacionalidades conforme suas conveniências.
A Procuradoria-Geral da República ainda não se pronunciou sobre o caso, mas a repercussão do episódio continua a gerar debates sobre a ética e a credibilidade das instituições angolanas.
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